Lenda da Galanteria de D. Rodrigo
Esta lenda nasceu em Loulé, no Cabeço do
Mestre. Estava-se no reinado de D. Afonso III, o Conquistador. D. Paio Peres
Correia queria conquistar o Algarve, dispunha de muitos cavaleiros a seu mando
e, de entre eles, surgia D. Rodrigo de Mascarenhas, famoso por ser galante com
as damas.
As tropas cristãs tinham chegado às portas
de Loulé. Os cavaleiros cristãos tinham entrado na fortaleza e fizeram
prisioneiros. Entre estes, estava um jovem ricamente vestido, mas triste.
- Porque estais triste? Na guerra ou se
vence ou se é vencido- disse D. Rodrigo.
O rapaz contou que se chamava Abindarráez
e que era da linhagem dos bencerragens (pertenciam à poderosa tribo do Califa
de Granada).
Quando eu era pequeno, fui criado
juntamente com a filha do alcaide de Cártama (antiga vila do califado de
Córdova que hoje faz parte da província de Málaga em Espanha); lá eu brincava
com Jarrefa. Ela cresceu, tornou-se uma bela mulher, quando esposa de um
cativo, ele iria sozinho. A rapariga acedeu. Voltaram ambos; chegados a campo
cristão, foram bem recebidos. A beleza da jovem e o porte do rapaz encantaram
todos. Mais tarde, o rei cristão concedeu-lhes perdão e o pai da rapariga
também. Jarrefa, emocionada, pegou na mão de D. Rodrigo e perguntou como podia
agradecer. Respondeu D. Rodrigo:
- Sorrindo, bela dama. O vosso sorriso é
o mais belo do mundo. E assim, D. Rodrigo deixou-os partir.
Semanas mais tarde, o rapaz enviou
emissários com dois bonitos cavalos brancos e uma grande quantia em dinheiro.
D. Rodrigo recusou dizendo que a sua função não era roubar damas, mas servi-las
e honrá-las. Apenas enviava as suas homenagens à mais bela dama e ao jovem de
sangue nobre.
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